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13 de maio de 2025
Harmonização Íntima: Uma abordagem multidimensional na Enfermagem Estética

Dra. Sue Christine Siqueira Péclat
A busca pela melhora da autoestima e do bem-estar se expande para além da face e do contorno corporal, alcançando a esfera da saúde íntima. Nesse contexto, a harmonização íntima surge como um conjunto de procedimentos estéticos e funcionais voltados para a região genital, visando aprimorar a aparência, aliviar desconfortos e, consequentemente, impactar positivamente a qualidade de vida e a sexualidade dos indivíduos.
A enfermagem estética, com sua expertise em avaliação, planejamento de cuidados e manejo de tecnologias, desempenha um papel fundamental nesse campo em ascensão. O enfermeiro esteta, ao integrar conhecimentos de anatomia, fisiologia, dermatologia e técnicas específicas da estética, torna-se um profissional essencial para oferecer um cuidado integral e personalizado aos pacientes que buscam a harmonização íntima.
A harmonização íntima não se limita a intervenções puramente estéticas. Ela engloba uma variedade de queixas e necessidades, que podem incluir:
Questões Estéticas: Assimetria dos lábios vaginais, flacidez, hiperpigmentação, volume inadequado tanto na mulher quanto no homem;
Questões Funcionais: Desconforto durante a relação sexual, dor crônica, incontinência urinária leve.
Impacto Psicológico: Insegurança, baixa autoestima, disfunção sexual secundária a questões estéticas ou funcionais.
Diante dessa complexidade, torna-se imprescindível uma avaliação detalhada e individualizada de cada paciente. O enfermeiro esteta deve conduzir uma anamnese completa, abordando a história clínica, as expectativas do paciente e os possíveis impactos emocionais relacionados à sua queixa. O exame físico minucioso da região genital é igualmente importante para identificar as características anatômicas e as necessidades específicas de cada caso.
O enfermeiro esteta atua como um elo entre o paciente e as diversas opções de tratamento disponíveis na harmonização íntima. Suas responsabilidades incluem:
Avaliação Integral: Realizar a anamnese e o exame físico, identificando as necessidades e expectativas do paciente.
Educação e Aconselhamento: Informar o paciente sobre as diferentes técnicas, seus benefícios, riscos, resultados esperados e cuidados pós-procedimento. Esclarecer dúvidas e alinhar expectativas realistas.
Planejamento de Cuidados: Desenvolver um plano de tratamento individualizado, em colaboração com o paciente e outros profissionais de saúde, quando necessário.
Execução de Procedimentos: Aplicar as técnicas minimamente invasivas dentro de sua área de competência e seguindo protocolos de segurança.
Acompanhamento Pós-Procedimento: Orientar sobre os cuidados domiciliares, monitorar a recuperação e identificar precocemente possíveis complicações.
Promoção do Bem-Estar: Oferecer suporte emocional e informações sobre saúde sexual, contribuindo para a melhora da autoestima e da qualidade de vida do paciente.
Diversas técnicas minimamente invasivas podem ser empregadas na harmonização íntima, cada uma com suas indicações e mecanismos de ação específicos:
Restaurar o volume dos grandes lábios, corrigir assimetrias penianas, melhorar a hidratação e proporcionar um aspecto mais rejuvenescido.
Estimulam a produção natural de colágeno, promovendo a firmeza e a sustentação dos tecidos, sendo indicados para tratar a flacidez e melhorar o contorno da região.
Tecnologias que promovem o estímulo de colágeno, a melhora da circulação sanguínea e a redução da flacidez e o clareamento da pele.
Relaxar a musculatura da região.
Tratamento de hiperpigmentação e melhora da textura da pele.
A escolha da técnica mais adequada dependerá da avaliação individualizada e das necessidades específicas de cada paciente. O enfermeiro esteta deve possuir o conhecimento técnico e a habilidade para realizar esses procedimentos de forma segura e eficaz.
Por fim, a prática da harmonização íntima deve ser pautada por princípios éticos, como a autonomia do paciente, a beneficência, a não maleficência e a justiça. É fundamental obter o consentimento livre e esclarecido do paciente, garantindo que ele compreenda os objetivos, os riscos e os benefícios do procedimento.
Além disso, a enfermagem estética deve se basear em evidências científicas sólidas. É importante que os enfermeiros estetas se mantenham atualizados sobre as pesquisas e as melhores práticas na área da harmonização íntima, utilizando técnicas seguras e eficazes. A colaboração com outros profissionais de saúde, como ginecologistas, urologistas e fisioterapeutas pélvicos, pode enriquecer a abordagem e garantir um cuidado multidisciplinar.
Sue Siqueira Péclat
Enfermeira – Coren Go 170.437
Doutoranda em Ciências da Saúde/UFG;
Mestre em Atenção à Saúde/PUC-GO;
Especialista em Estética Avançada e Clínica;
Residência em Estética Avançada para Enfermeiros pela CTA/SP com certificação internacional;
Docente universitária desde 2009;
Docente de curso de pós-graduação em Estética Avançada facial e corporal;
Empresária – Consultório e Instituto Empodera (cursos livres em estética facial);
Palestrante nas áreas de empreendedorismo e estética facial e íntima.