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30 de janeiro de 2025
Metas internacionais de segurança do paciente: reflexões na perspectiva da enfermagem estética

Viviane Franzoi da Silva
A segurança do paciente é tema de relevância mundial, sendo prioridade atual nas instituições de saúde. No campo da enfermagem estética, discussões sobre a segurança do paciente ainda é incipiente, apesar de reconhecer a disparidade considerável entre o número de procedimentos estéticos realizados no mundo e as complicações descritas na literatura.
O intuito desse artigo é discutir a assistência de enfermagem estética sob enfoque teórico das metas internacionais de segurança do paciente através de reflexão descritiva desenvolvida a partir da revisão da literatura disponível na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), MEDLINE (PubMed) e materiais da Organização Mundial de Saúde.
Ao adaptar as metas internacionais para a estética foi possível citar alguns itens essenciais: Na identificação do paciente (meta 1), aplicar roteiro que contenha anamnese e histórico detalhados dos procedimentos realizados, queixas, possíveis alergias e possibilidade de gravidez; Comunicação efetiva (meta 2), transmitir informações claras e corretas ao explicar termos, rotinas e contratos, conectando-se ao cliente e oferecendo oportunidade para esclarecimento de dúvidas; Segurança no uso de medicamentos (meta 3), ler a bula, analisar o registro da Anvisa e ter o antagonista de produtos estéticos que possam causar danos, orientar paciente sobre uso de medicamentos e autogestão do cuidado; Procedimentos seguros (meta 4): descrever cada técnica e manter atualizada a pasta sanitária; usar listas de verificação que oriente procedimentos conforme as melhores evidências científicas; Prevenção do risco de infecção (meta 5): garantir reposição de papel toalha, sabonete líquido e álcool gel a 70%, respeitando os 5 momentos; respeitar técnicas assépticas; orientar paciente quanto aos sinais de alerta para iniciar tratamento precoce, se for o caso; Prevenção de quedas e de lesões estéticas (meta 6): adotar medidas para prevenir quedas, dominar anatomia, zonas de risco e plano terapêutico; desenvolver mecanismos de avaliação diária e identificação de sinais de alerta que devem ser comunicados ao profissional de saúde.
Em conclusão, torna-se possível tecer reflexões sobre a adaptação das metas internacionais de segurança do paciente na área da estética, de forma a colaborar com o fortalecimento da cultura de segurança do paciente, na perspectiva da necessidade de construir, continuamente, organizações de saúde mais seguras. Ao refletir sobre o desenvolvimento de práticas seguras no contexto da estética levantam-se desafios quanto à disponibilização de aparato tecnológico, dimensionamento e qualificação adequados e de processos de trabalho assentes em protocolos assistenciais e evidências científicas. Tais condições são indispensáveis para a promoção da segurança do paciente e deve ser um compromisso assumido por Governos, sociedade, organizações e profissionais de saúde.
Viviane Franzoi da Silva (autora)
Thatianny Tanferri de Brito Paranaguá (co-autora)
Viviane Franzoi da Silva
Enfermeira SES/DF;
Ex militar da Força Aérea Brasileira;
Graduada em Enfermagem – UnB;
Mestre em Ciências da Saúde – UnB
Pós graduada em Segurança do Paciente – UnB, em Gestão Regionalizada-SES/DF, em Educação em Saúde-Sírio Libanês, em Enfermagem em UTI-CEEN-GO e Estética Avançada-ISEEC
Ex Conselheira do Coren DF gestão de (2018 a 2020) e (2021 a 2023);
Membro da Câmara técnica de Estética do COREN-DF;
Membro da Comissão Editorial SobenfeE;
Docente pós-graduação: CTA/Primed e Unicer-Saúde;
Ozonioterapeuta pela Unicer
Tripla certificação internacional em Estética - American Anatomy Institute