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30 de outubro de 2024
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS PARA FIBRO EDEMA GELOIDE
Camila Izabela de Oliveira Machado
A derme abriga as células responsáveis por armazenar energia, produzir e liberar peptídeos bioativos. As células da derme são essencialmente compostas por adipócitos e fibroblastos que constituem estruturação da matriz intersticial, microcirculação, unidades neurodegenerativas e unidades energético-gordurosas.
O alto consumo de carboidratos na infância promove a hipertrofia de adipócitos, que são células determinadas em quantidade na puberdade. Esse fato associado ao sedentarismo, ao fator hormonal e à predominância no sexo feminino, revelam a dificuldade em mobilizar os tecidos adiposos em regiões corporais com receptores alfa 2. Embor essa sobrecarga ginoide não seja perigosa à saúde, constitui uma condição inestética.
O aspecto celulítico possui várias denominações descritas na literatura científica como Fibro Edema Geloide (FEG), lipodistrofia ginoide, hiperlipodistrofia superficial, paniculopatia fibrótico-esclerótica edematosa, sendo também conhecida popularmente como “celulite”. É uma condição hipertrófica de tecido adiposo conjuntivo, juntamente com o acúmulo de toxinas intersticiais, que promovem congestão na micro e macro circulação e fibroses regionais. O FEG é uma das condições inestéticas que mais incomoda as mulheres, sendo um dos principais motivos para a procura de clínicas e centros estéticos para tratamentos.
A literatura traz algumas formas de classificação da FEG como em relação ao aspecto e sintomas e em relação ao grau ou estágio: branda (grau I), moderada (grau II), grave (grau III) e avançada (grau IV).
Os dispositivos baseados em energia não invasiva, juntamente com intervenções minimamente invasivas, podem fornecer resultados mais promissores no tratamento para Fibro Edema Geloide, do que técnicas isoladas.
Uma pesquisa realizada em 2020 avaliou vários estudos clínicos que apresentaram técnicas estéticas com desfecho exitoso para FEG. Os procedimentos comparados foram radiofrequência (RF) com agulhas (eletrolipólise), ultrassom, dispositivo de vibração corporal, subcisão associada ao uso de Ácido Poli L-Lático (PLLA), mesoterapia e carboxiterapia.
Foi possível inferir com o presente estudo que as técnicas empregadas para o tratamento da FEG se mostraram eficientes, ou seja, atingem o objetivo desejado. Entretanto, os resultados obtidos foram divergentes em tempo e número de sessões, que configuram uma eficácia relativa em relação ao protocolo empregado em cada pesquisa.
De acordo com os resultados dos estudos, pode-se perceber que os dispositivos não invasivos são eficazes, porém com maior número de sessões e em maior tempo. Do mesmo modo, observa-se que nas pesquisas com métodos minimamente invasivos (perfurante) injetáveis, os resultados são alcançados em menos tempo e com menos sessões. Tais dados ilustram a afirmação apresentada na pesquisa quando refere que procedimentos não invasivos podem ser demorados e dispendiosos para as pacientes. Por outro lado, o uso da RF associada ao dispositivo perfurante, aumentou a efetividade do resultado, constatando que a combinação de técnicas não invasivas e minimamente invasivas podem ser potencializadas.
Camila Izabela de Oliveira Machado
Enfermeira SES/DF;
Graduada em Enfermagem-UnB;
Pós Graduada em Educação em Saúde-UnB;
Mestre em Saúde Coletiva-UnB;
Pós Graduada em Enfermagem Dermatológica e Estética;
Pós Graduada em Ozonioterapia;
Membro da Câmara Técnica de Estética do COREN/DF;
Membro da Comissão Editorial SobenfeE;
Membro da Comissão Científica SobenfeE;
Coordenadora da Disciplina Enfermagem na Área da Estética na Graduação de Enfermagem-UnB;
Doutoranda em Ciências da Saúde-UnB.